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Mostrando postagens de 2016

As reformas do Centro do Rio de Janeiro - parte 2. O Canal do Mangue

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Seguimos com o tema das reformas que a cidade do Rio de Janeiro recebeu ao longo dos últimos 120 anos. O tema deste post é a abertura do Canal do Mangue, trecho que se estende da antiga Praça XI até o início da atual Francisco Bicalho, que tem uma história própria antes de se tornar um mero prolongamento da avenida Presidente Vargas. O próprio nome da via indica sua origem. Desde o século XVIII, a administração da cidade buscou sanear o mangue que ali existia, tanto por questões de saúde pública, quanto por buscar uma via de escoamento para produção das hortaliças do "sertão" da cidade para o centro e, posteriormente, servir de ligação do centro à Quinta da Boa Vista. Mapa do Rio de Janeiro de meados do século XIX, destacando o aterro e a existência da Praia Formosa, onde hoje existe a av. Francisco Bicalho. http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_cartografia/cart326112/cart326112.jpg O mar se estendia até a região do atual Viaduto dos Marinheiros - que subs

As reformas do Centro do Rio de Janeiro - parte 1

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O Boulevard Olímpico tem sido apresentado como parte do legado das Olimpíadas de 2016 para a cidade do Rio de Janeiro. A demolição do viaduto da perimetral e a interligação da Praça XV até a região portuária acrescentaram uma nova opção de passeio para os moradores da cidade. O que muitos não lembram é que essa não foi a primeira revitalização do centro do Rio, o que nos deixa um alerta: o que é belo hoje pode estar degradado amanhã. A primeira grande remodelação da região foi realizada no período do prefeito Pereira Passos (1902-1906), quando, através da reforma da Capital Federal, o Brasil tentava se mostrar para o mundo como um país moderno e próximo da cultura europeia. O centro da cidade sofreu grandes transformações, ao custo de muitas demolições e arbitrariedades do governo que, inclusive, geraram uma rebelião popular — a Revolta da Vacina, em novembro de 1904.  Nesse período foi aberta a Av. Central, atual Rio Branco, ligando a Cinelândia à praça Mauá. A av. Beira Mar tam

O Bairro do Catete por Maria Graham

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            Continuando as postagens sobre Maria Graham, vamos abordar a descrição feita por ela do bairro do Catete, mais conhecido hoje por ser o local onde está o Museu da República. A inglesa hospedou-se na região em sua estada no país em 1822.              Quem passa pelas ruas do bairro atualmente jamais poderia imaginar que essa região foi a mais nobre da cidade no início do século XIX, especialmente depois da chegada da Família Real portuguesa. A rua do Catete atual tem sua origem no Caminho do Catete , utilizado antes mesmo da chegada dos portugueses pelos índigenas. No século XVI, caminho dos índios foi melhorado pelos portugueses para ajudar na interligação do Morro do Castelo, centro da ocupação da cidade, com os engenhos de açúcar e os fortes localizados na Zona Sul. Durante os séculos XVII e XVIII a região foi ocupada por grandes chácaras. A partir de 1808, com a chegada da família Real e, principalmente, com a vinda da princesa Carlota Joaquina para morar no Largo