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Mostrando postagens de 2013

Prédios do Governo da Antiga Capital Federal

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Retomando as postagens, vamos falar sobre aqueles prédios públicos que vemos todos os dias e que, muitas vezes, não sabemos para o que que serviram no passado, bem como de alguns edifícios muito importantes para a nossa história que não existem mais. Nesse post, veremos especificamente as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na antiga Capital Federal. O Rio de Janeiro, pra quem não sabe.. Poder Executivo Palácio Itamaraty Construído em meados do século XIX, foi sede da Presidência da República de 15 de novembro de 1889 até 24 de fevereiro de 1897, quando a Presidência foi transferida para o Palácio do Catete. Passou a ser a sede do Ministério de Relações Exteriores até 1970. Palácio do Catete Construído para ser a residência do Barão de Nova Friburgo, Antônio Clemente Pinto, foi considerado o palácio mais bonito da capital do então Império do Brasil. Com a morte do Barão, foi ocupado por seu primogênito, o Visconde de São Clemente, que vend

Revolta do Vintém: quando o governo cancelou o aumento do bonde.

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Uma coisa ficou certa - pelo menos para mim - ao ver toda essa mobilização dos protestos que vêm ocorrendo no País: mexer com o valor da passagem do transporte público às vezes é perigoso como fumar charuto dentro de um barril de gasolina. Quem nunca ouviu relatos de quebra-quebras do passado motivados por aumento de passagens em ônibus, trens ou barcas?   Às vésperas do natal de 1879, estavam sendo discutidas no governo algumas medidas para sanar a crise orçamentária do Império Brasileiro. A medida em questão era o aumento da passagem dos bondes em 10%, ou seja 20 réis, que equivalia a um vintém. O vintém “era a menor moeda do império. Com este valor se comprava 139 gr. de açúcar, 52 gr. de bacalhau, 29 gr. de banha, 125 gr. de batata, 45 de carne seca, 250 de farinha de mandioca, 13 de presunto, 9 de manteiga, 29 de toucinho” [1]   .   Moeda de vinte réis, ou um vintém, de 1869. O aumento foi amplamente discutido na imprensa pelo caráter popular da causa, e logo re

A CADEG e os Mercados Municipais do Rio de Janeiro

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Fui almoçar com amigos em um restaurante da CADEG – Companhia de Abastecimento do Estado da Guanabara — que fica no bairro de Benfica, no Rio de janeiro. Além da excelente comida que comi e do ótimo papo, esse almoço serviu para uma breve pesquisa sobre os mercados municipais que já existiram nesta mui heroica cidade. Em 1830, começou a construção de um mercado municipal para tentar ordenar o comércio na cidade. Localizado na atual Rua do Mercado (criativo...), o “Mercado da Candelária”, inaugurado em 1841, funcionou até 1911, quando foi demolido. Hoje, no local onde funcionou, está o prédio modernoso da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. O Mercado da Candelária no alto da foto, à esquerda. O segundo mercado foi construído na época de Pereira Passos (1902-1906). Foi inaugurado em 14 de dezembro de 1907. Com uma estrutura metálica de 22.500,00 m² , tinha cerca de 200 lojas que forneciam à cidade mantimentos dos mais diversos, haja vista que o prefeito tinha proibido
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Hoje posto algumas imagens do morro do Castelo, que ficava no centro do Rio de Janeiro, e que hoje dá nome àquela parte do centro da cidade calamitosa. Vista do Rio tomada da Glória. Richard Bate. cerca de 1820.   Com 63 metros de altura, o monte foi o primeiro local de ocupação permanente na cidade, pois proporcionava uma possibilidade de defesa razoável contra piratas e invasores de outras nações. Destacavam-se no topo da montanha o forte de São Sebastião, a igreja de São Sebastião e o colégio dos jesuítas.     Foi demolido em 1922 usando jatos d'água, pois, segundo os “estudiosos” da época, sua presença inibia a circulação adequada de ar na cidade, além enfeiar o centro recém remodelado por Pereira Passos. Uma curiosidade: desde o século XVIII circulava um boato de que no interior do morro os jesuítas haviam construído uma rede de galerias, onde ficavam depositadas riquezas incalculáveis. Quando o morro foi demolido, encontraram as galerias, gerando f

Concerto Avenida - MMA em 1909!

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Hoje, o MMA é uma febre e se tornou um esporte cheio de regras. Porém, em seus primórdios tratava-se de um confronto entre lutadores de artes marciais diferentes para decidir qual era a melhor. Nesse post segue um pouco de informação para quem acha que essa idéia começou com o UFC.  Abaixo, uma foto do antigo Concerto Avenida - ou Pavilhão Internacional Paschoal Segreto - que ficava na atual Av. Rio Branco, onde hoje está o prédio da Caixa Econômica Federal. Era um local onde diversos tipos de eventos aconteciam: lutas, apresentações musicais, rinks de patinação eram montados, exibição de filmes, etc. Sua fama não era das melhores na alta sociedade, até por causa de eventos como esse que vou narrar. Em maio de 1909 aconteceu uma luta entre um lutador de jiu-jitsu chamado Sada Miako - contratado para treinar millitares da Marinha do Brasil - e um capoeirista brasileiro chamado Cyriaco, contratado por curiosos que queriam saber qual das duas lutas era mais eficiente. I

Pode dar até um filme interessante, mas como História...

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A pedidos, posto aqui a adaptação de uma resposta que dei a um texto que insinuava que toda a história de Tiradentes era uma farsa, que ele tinha fugido do Brasil com a namorada, que outra pessoa foi executada no seu lugar, que era maçom, etc. Você pode ler essa história que deixaria o Conde de Monte Cristo orgulhoso aqui .   Pode dar até um filme interessante, mas como História...   A figura de Tiradentes era conhecida e debatida décadas antes da proclamação da república. Republicanos, monarquistas e até estrangeiros tinham as suas próprias versões da história que, claro, eram contadas de acordo com seus próprios interesses. Para os republicanos, tratava-se de um herói, bastando saber que vários clubes republicanos levavam seu nome. Já os monarquistas procuravam mostrar Tiradentes como uma figura secundária na Conjuração Mineira, e, principalmente, a sua aproximação da religião no tempo em que ficou preso, abandonando os ideais revolucionários.   Somente de

Arquitetura Neocolonial na Tijuca

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Outro dia, passando de carro na famosa praça dos cavalinhos, na Tijuca, comentei sobre a arquitetura de uma escola que fica por ali, a Escola Municipal Soares Pereira, e minha esposa me perguntou: "por que você não escreve sobre isso no seu blog?". Bem, a pedido dela, eis o post! Com a proclamação da república, começou no Brasil um movimento que buscou uma nova identidade nacional também na arquitetura. Um grupo queria romper com a o passado colonial e imperial, adotando um padrão mais europeu na arquitetura. Outro grupo ganhou força a partir do início da década de vinte, tentando buscando no passado colonial inspiração para uma arquitetura brasileira. Além disso, movimentos modernistas buscavam uma síntese entre a tradição brasileira e as estrangeiras . O movimento neocolonial buscou uma arqiitetura mais brasileira ao construir prédios adotando uma estética e as soluções desenvolvidas nas construções coloniais, tendo sido construídos muitos prédios públicos no Rio de Jane
    Algumas efemérides no mês de fevereiro para vocês contarem para seus amigos (caso se interessem...) 24/02/1891 - Promulgação da primeira constituição republicana do Brasil   Exatamente um ano após a proclamação da República tomaram posse os congressistas que trabalharam para elaborar uma constituição que fosse coerente com o novo regime recém instalado. Após pouco mais de três meses de trabalhos no antigo Paço de São Cristóvão (atual Museu Nacional - na Quinta da Boa Vista), em 24/02/1891 foi promulgada a primeira constituição republicana. De caráter liberal, trouxe inovações como o federalismo e o presidencialismo. Acabou com o critério censitário para as eleições, estendendo o direito ao voto a todos os homens maiores de 21 anos alfabetizados, separou a igreja do estado, nacionalizou cemitérios. Na prática, muito pouca coisa mudou, pois na Primeira República, muitas vezes as leis só existiam para “inglês ver”, o que valia mesmo era a vontade das elites...