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O feijão sem arroz de Maria Graham e Lima Barreto.

Muita coisa se passou desde minha última postagem aqui. Ao mesmo tempo que gosto quando alguém esbarra no blog (a maioria por conta do endereço do site na minha assinatura de email) sempre revisito os textos com muita vontade de reeditar e reescrever muitas das postagens... Bom, a vida não permite muita edição e prefiro deixar os textos como estão para que os eventuais leitores se deparem com a evolução ou regressão da minha escrita. Enfim, Dessa última vez, um colega que conheceu o blog fez uma referência ao meu post de Maria Graham passeando pelo Catete, que você pode acessar aqui . Ele reparou algo que já estava na minha mente: como é recente a dobradinha tipicamente brasileira - arroz e feijão. No tempo de Graham, década de 1820 (pra você que não fez as contas, há mais de 200 anos), não havia referência ao arroz, mas o feijão e a farinha de mandioca eram os pratos nacionais. Quase 100 anos depois, Lima Barreto também fez referência ao prato nacional, mais uma vez sem nenhuma re...

A ponte do Flamengo e a lancha da Presidência

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A Praia do Flamengo é um dos locais mais antigos de ocupação europeia da cidade do Rio de Janeiro, remontando ao século XVI, com a França Antártica. Não vou tão longe na história, vou direto ao final do século XIX e falar de um tema bem específico e que tem chamado a atenção em vários posts nas redes sociais: a ponte, ou pier, ou cais do Flamengo. E vou navegar rapidamente por um tema menos conhecido, a lancha presidencial. A Praia do Flamengo, no final do século XIX, possuía infraestrutura para banhos de mar e deu o nome para o glorioso C. R. do Flamengo, cuja sede durante muitos anos foi na atual Praia do Flamengo, 66. Na época, a praia restringia-se a uma pequena faixa de areia, próximo do balneário High Life e depois do Hotel Central. Sobre banhos de mar, indico a leitura do post do grande Victor Melo, no Cidade Sportiva . Banhistas na praia do Flamengo, 1897.  A Faixa de areia ficava próxima ao final da rua Payssandu com Barão do Flamengo. Autor não identificad...

As águias do Palácio do Catete

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Construído entre 1858 e 1867, o Palácio do Catete ostentou, inicialmente, águias em seu topo, fazendo alusão ao símbolo escolhido pelo Barão de Nova Friburgo para sua heráldica. Representando o poder, símbolo de Roma, atributo de Júpiter, as águias, originalmente menores do que as atuais, fizeram com que o edifício fosse conhecido também como “Palácio das Águias”. Detalhe da pintura de Emil Bauch. Barão e Baronesa de Nova Friburgo. Notem a proporção das águias originais.     Banco Safra, 2011. p. 15 Foto de Marc Ferrez, cerca de 1880 do Catete e seus arredores. Detalhe para o jardim original e as palmeiras já razoavelmente crescidas. Nessa foto vemos a praia do Flamengo antes de todos os aterros feitos no século XX. Reparem que as águias originais são muito menores que as atuais.  Instituto Moreira Sales. http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/1881 O Palácio foi vendido pelo filho do Barão de Nova Friburgo, em 1889, ao Conselh...